Israel Belo de Azevedo, no Prazer da Palavra
Diante do desafio homossexual
Num homossexual não se bate nem com uma flor.
Uma das frases que marcaram época no Brasil dizia que numa mulher não se bate nem com uma flor. Embora imperfeito, o bordão tinha a intenção de quebrar a cultura machista de vergar as mulheres sob a pressão do medo e da violência.
Hoje tratamos melhor as mulheres, embora ainda tenhamos muito a transformar nos corações masculinos, até chegarmos a um tempo em que não precisemos de leis para protegê-las dos homens e, logo, nem de delegacias especiais para lhes defender e nem de um dia para lhes homenagear.
Mesmo que soe (e soa) estranha, precisamos aplicar esta frase, aos homossexuais, em quem não se deve bater nem com uma flor.
Mesmo quem não aceita os comportamentos deles, discretos ou abertos, não tem o direito de empregar a violência, física ou moral, contra eles.
Mesmo querendo resistir às suas propostas, de que, por exemplo, suas escolhas lhes antecedem porque inscritas em suas biologias, esta resistência deve ser pacífica, nunca batendo primeiro e jamais batendo depois. Bater (gritar, xingar, debochar) nunca.
Para os cristãos, os únicos recursos em sua discordância militante – não importam as armas do outro lado – devem ser a razão no debate e a compaixão no trato, banhadas sempre em oração.
Como não concordar com o sempre ponderado Pr Israel Bello?
Reprovar os atos dos homossexuais, ou mesmo discordar de muitas idéias por eles propostas, não nos dá o direito de ofedê-los, ou (em casos extremos) de agredí-los.
Respeito é bom e conserva muito mais do que os dentes…conserva o respeito recíproco.
Sou psicóloga, trabalho com transtornos de identidade e sexualidade, e quero parabenizar a forma como foi abordado aqui o tema da homossexualidade. Percebo que há um caminho histórico a ser percorrido. Os religiosos no século XVI condenavam os homossexuais à fogueira, no século XIX a Lei Britânica condenou Oscar Wilde a trabalhos forçados. Hoje ainda assistimos líderes religiosos ferirem o princípio etimológico da própria religião que é reconciliar as pessoas, fomentando o desligamento ao invés de religá-las…Quanto à alusão feita ao fato de que os homossexuais pretendem que sua condição esteja previamente inscrita em suas biologias; sugiro que isso também seja da alçada deles compreender e resolver. Eu conheço homossexuais que “adquiriram” a homossexualidade, há heterossexuais e bissexuais que praticam-na esporadicamente(alguns por drogadicção, outros por dinheiro); mas isto não autoriza-nos a afirmar generalizando que todos os tipos de homossexualidades não são inatas e congênitas. Há evidências científicas incontestáveis de que muitos tipos de homossexuais nasceram assim e não têm de modo algum como optar ou modificar-se. Se isso contraria nossas visões teológicas de pecado isso é problema NOSSO, não deles. É bom atentarmos pra isso, se quisermos prosseguir na caminhada histórica por um mundo livre do obscurantismo, da superstição e de sua pior forma, que é – mesmo oriundo da religião – o preconceito.
Gostei demais! Tomara que uma mente atualizada e humanista como a sua sirva de exemplo para os demais profissionais de sua área!