publicado na Folha de S. Paulo
Cerca de 60 estudantes protestaram na tarde desta quarta-feira em frente ao Supremo Tribunal Federal, em Brasília. Eles pediam que a presidente Dilma Rousseff vetasse o projeto aprovado no Congresso que aumenta para 50% as cotas para alunos vindos de escolas públicas nas universidades federais.
Após alguns minutos, percebendo que protestavam no local errado, os manifestantes seguiram para o Palácio do Planalto, no lado oposto da Praça dos Três Poderes. Eles ficaram em frente à sede do governo até por volta das 17h30.

Estudantes de escolas particulares protestam no STF contra projeto que amplia cotas em universidades federais
Vestidos de preto e com os rostos pintados, os alunos entoavam gritos como “Cotas não, sim educação” e seguravam faixas, algumas com erros de grafia e de português, como “contra a deficiêcia [sic] educacional” ou “Cotas devia [sic] ser por renda”.
De acordo com os representantes do movimento, o protesto era integrado por alunos de escolas particulares, escolas públicas e de universidades do Distrito Federal, chamados para tentar evitar que o projeto de cotas seja transformado em lei.
“Em vez de investir, o governo aprova esse tipo de medida paliativa”, disse uma manifestante que não quis se identificar. Os estudantes disseram que as cotas geram uma “falsa inclusão” e defenderam a “meritocracia” na seleção de estudantes da universidade pública.
Um aluno de 16 anos, bolsista de uma escola particular de Brasília, afirmava: “Se tem gente da minha sala que não consegue escrever nem uma redação, imagina como é na escola pública”. Ele defendeu que a escola particular deveria ser “opção” e não “a única forma de se ter educação decente”.
Outro manifestante dizia que a qualidade da UnB (Universidade de Brasília) vai diminuir com as cotas. “A UnB vive de pesquisa, da contribuição de quem estuda lá. Se piorar a qualidade dos alunos, vai piorar a qualidade da universidade.”