
Marisa, que já disse preferir ‘meu filho machinho, que nem a Claudia Leitte’ (foto: Gabriel Cabral/Projetor)
Anna Virginia Balloussier, no blog Religiosamente
Marisa Lobo, a “psicóloga cristã”, deve abandonar a primeira metade dessa autodenominação.
Assim concluiu o Conselho Regional de Psicologia do Paraná. A entidade, que representa os profissionais do Estado, decidiu cassar o registro de Marisa na sexta passada (16).
A fiel da Igreja Batista e psicóloga formada pela Universidade Tuiuti do Paraná é acusada de infringir o Código de Ética da categoria ao oferecer “cura gay” a seus pacientes –a cartilha proíbe “qualquer ação que favoreça a patologização de comportamentos ou práticas homoeróticas”.
Marisa nega. É, afirma, um crime sem corpo: falta “achar o gay que curei”.
Diz-se vítima de “maquiavélica perseguição religiosa”. Um de seus escudeiros é o amigo e deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP), a quem já recebeu em sessões informais de terapia, por internet e telefone.
Feliciano assinou um artigo no site Gospel Prime culpando o “sindicalismo gay” pela decisão.
O processo remonta a 2012. Na época, Marisa disse à Folha compartilhar a opinião da cantora Claudia Leitte: “Amo [gays], mas prefiro meu filho machinho”.
Segundo a ré, os conselheiros foram unânimes na condenação. A entidade paranaense afirma que não se pronunciará até o resultado do julgamento, pois o processo corre em sigilo. Marisa afirma que já recorreu ao Conselho Federal de Psicologia.
‘EX-GAYS’
A cartilha dos psicólogos diz que a psicologia é laica, fim de papo. Marisa pensa o contrário. E afirma não estar só. “Muitos estudantes [evangélicos] de psicologia estão me procurando, reclamando que são humilhados nas faculdades.”
Para Marisa, homossexuais arrependidos não são nenhum unicórnio. Eles existem, sim, e a (ainda) psicóloga diz estar disposta a reunir vários deles, junto com suas famílias, num evento em agosto. Quer convidar os presidentes do Conselho Regional do Paraná e de grupos LGBTT para “mostrar ao mundo essa hipocrisia de usar maconha, fazer aborto, ser gay, mas não dar a um ex-gay o direito de existir sem virar chacota”.
“Tenho um grupo de 49 amigos ex-gays no Whatsapp e um grupo no Facebook com mais de 150 ex-gays. São pessoas que existem, e eu, como psicóloga, não posso dizer que eles existem sem ser acusada de homofóbica.”
Se a cassação sair do papel –e Marisa do consultório–, ela diz já ter planos. Espera engrossar a bancada evangélica no Congresso. Conta que sairá candidata a deputada federal pela legenda do “mentor Feliciano”, o Partido Social Cristão. “Agora é a vez do milagre de Deus na minha vida.”
É um absurdo esse tipo de perseguição!Alguns psicólogos junguianos usam métodos no mínimo suspeitos como a hipnose e a regressão a vidas passadas, que são métodos próximos ao espiritualismo e por isso mesmo de cárater aproximativamente religioso.E quanto ao ex gay ele existe sim. Conheço diversos casos de pessoas que abandonaram a prática!
Wagner você, não entende nada do desejo e da afetividade humana e muito menos da psicologia. Parabéns ao CRP.
Psicóloga gay, algo muito interessante… Fico imaginando seu modo de curar. Então o capeta vai lá e constrói uma história de traumas psicológicos num sujeito. Aí vem a doutora e diz:
–Olha, a gente vai ter que expulsar os demônios de sua vida, para, depois, começarmos o tratamento com base na Ciência. Assim, todos os seus problemas emocionais serão dissipados; nenhuma depressão, pois aplacaremos o id que tem sufocado seu ego. E você será feliz para sempre!!! Amém?!?! Amém…